Recordar pessoas e fatos é ter consciência de que a vida está em constante movimento e aquilo que temos hoje é resultado da ação daqueles que nos antecederam e que contribuíram para que desafios fossem superados.
Em setembro, tivemos a IV Jornada de Mediação e se deu publicidade à ANAMEJ, Associação Nacional de Mediadores Judiciais. Essas atividades empolgaram mediadores e todos aqueles que atuam ou se interessam pelo tema da mediação.
Lembramos, por isso, a instalação do 1º CEJUSC do Estado. Podemos afirmar que o crescente número de Centros no interior do Rio Grande do Sul não é apenas resultado da Resolução 125 do CNJ, da perspectiva da vigência do novo Código de Processo Civil e da Lei de Mediação, mas, também, da consciência da importância dos Centros para dar ao cidadão opção diversa da adversarial para atendimento de seus conflitos na área cível ou de família.
No primeiro CEJUSC instalado no Poder Judiciário em Porto Alegre tivemos a oportunidade de conviver com a servidora Jacqueline Maria Fernandes, Oficial Escrevente do Poder Judiciário.
Jacqueline assumiu a coordenação cartorária com eficiência e entusiasmo. Sua tranquilidade, gentileza e disciplina eram constantes. Ela acreditava na Mediação! Eis o motivo pelo qual, com carinho e reconhecimento, dedicamos à Jacqueline este espaço do NEM Memória.
Genacéia da Silva Alberton
Coordenadora do Núcleo de Estudos de Mediação
Tranquila
e dedicada,Jacqueline
conquistou a simpatia
de colegas e do público
que frequentava o CEJUSC
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Informativo Online do TJRS presta homenagem à Jacqueline:
"No último dia 20 faleceu a Oficial Escrevente, Jacqueline Maria Bertarello Fernandes. Com 9 anos de Judiciário, Jacqueline atuava no Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) do Foro Central e lutava contra o câncer há uma década.
"No último dia 20 faleceu a Oficial Escrevente, Jacqueline Maria Bertarello Fernandes. Com 9 anos de Judiciário, Jacqueline atuava no Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) do Foro Central e lutava contra o câncer há uma década.
O
Juiz-Corregedor Daniel Englert Barbosa, que trabalhou com a
servidora, destacou a dedicação dela ao trabalho.
"A Jacque dedicou boa parte de seus últimos anos de vida ao Judiciário, mais especificamente ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Porto Alegre. Parecia que o trabalho no dia a dia, junto com a família, renovava a sua força e a vontade de viver. Impressionava-me o seu gosto pelo projeto de superenvidamento e a sua empolgação quando obtínhamos êxito em auxiliar as pessoas mais simples".
Casada há 28 anos com Antônio Fernandes e mãe de
Anderson Bertarello Fernandes (23 anos), a servidora lutou contra a
doença sem ter perdido o otimismo e nem se desligado do trabalho.
Quem confirma suas diversas qualidades é a Coordenadora do CEJUSC do
1ºGrau, Juíza de Direito Geneci Ribeiro de Campos.
Segundo a
magistrada, Jacqueline era uma exímia servidora, dedicada e amiga.
Sempre prestativa com as lides do CEJUSC, buscava auxiliar colegas e
estagiários que agregavam ao setor.
“Conheci a Jacqueline há
cerca de 2 anos e meio e ela já lutava, por anos, contra o câncer
que começou no estômago. Quando surgiu a impossibilidade de novas
cirurgias, começaram os tratamentos, muitos deles, obtidos pela via
judicial (pois a troca de remédios era intensa)”, afirma a
Juíza.
“E
com tudo isso, o que se destacava era seu eterno sorriso, seu modo de
gargalhar, o jeito que recebia o público e conduzia o grupo no
CEJUSC. Apesar de todo sofrimento, devido a inúmeros efeitos
colaterais, Jacqueline não perdia esse bom humor e positivismo
perante a doença. Ela não se entregava”, acrescenta a magistrada.
Muitas vezes, a servidora passava mal, devido aos efeitos colaterais
do tratamento. “Pedíamos
para ela ir para casa, ficar de licença e ela sempre relutava. E
quando realmente se afastava não tinha jeito, a Jacqueline ligava,
de casa mesmo, dando orientações aos colegas e se mostrando sempre
preocupada com o trabalho. Isto era uma característica muito forte
dela: sua alegria, uma mulher batalhadora, de uma disposição ímpar,
um dinamismo exemplar, competente e um amor comovente a tudo que
fazia”, afirma a Juíza Geneci.
Jacqueline
é descrita como uma pessoa disponível e tranquila. “O CEJUSC é
um local de grande movimento, de circulação com centenas de
audiências diárias. E, por incrível que pareça, Jacqueline
conduzia tudo com tranquilidade. Isto eu considero uma vocação. Ela
passou a imagem muito bonita do Judiciário. Infelizmente o câncer a
venceu”, lamenta a magistrada.
A
Assistente Social e Mediadora Judicial Izabel Cristina Peres Fagundes
também deixa sua homenagem para a colega, que conheceu logo que
Jacqueline iniciou o trabalho junto ao CEJUSC do 1º Grau.
“Ela sempre se mostrou uma pessoa responsável e comprometida com o trabalho que desenvolvia. Fui bem acolhida por ela, mostrava-se sempre disponível em auxiliar para o bom andamento do trabalho. Mesmo nos seus momentos difíceis, se mostrava presente e acolhedora, transmitindo uma relação de confiança. Deixou saudades e continuo tendo admiração por sua pessoa”.
"A Jacque nos deixa de
forma prematura. O convívio com ela no trabalho nos deixa algumas
reflexões e ensinamentos. A Jacque gostava do que fazia e
demonstrava orgulho em participar, como operadora do direito, de um
judiciário mais humano. O sorriso que a acompanhava, mesmo com as
dificuldades de saúde e com o trabalho intenso, mostravam este
empenho e desejo. Adeus Jacque e obrigada pelo período de
convivência", acrescenta a Mediadora Liara Lopes Kruger.
Fonte: http://www.tjrs.jus.br/informativo/pub/tjrs/index.jsp?edicao=326&ipg=5259&keywords=%20Bertarello